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O CONGA VAZIO

  • Foto do escritor: Flavio Santana de paula
    Flavio Santana de paula
  • 23 de dez. de 2024
  • 2 min de leitura

Diante de um congá vazio, a sensação de ausência vai além da falta de imagens ou ornamentos. É como se o espaço perdesse sua alma, sua conexão com o sagrado e com as energias que ali se manifestam. O congá é mais do que um altar; é um ponto de força, um portal que conecta o terreiro ao divino. Quando vazio, parece que o coração do terreiro também se esvazia, deixando uma sensação de desamparo e silêncio profundo.


As imagens, sejam sincretizadas ou não, têm um papel importante no congá. Elas são representações materiais de uma fé imensurável, símbolos que facilitam nossa conexão com os orixás, guias e protetores espirituais. Para muitos, olhar para o congá é como olhar para o infinito, encontrar conforto, força e direcionamento. É ali que os pedidos são feitos, as preces são elevadas, e as energias encontram um ponto de equilíbrio.


No entanto, o vazio do congá não é apenas físico. Ele pode ser um reflexo do vazio espiritual que às vezes sentimos em nossa caminhada. Sem o congá devidamente estruturado, seja com imagens, objetos sagrados ou elementos da natureza, o terreiro parece carecer de vida e propósito. É como uma casa sem lar, um corpo sem espírito.


Mas esse vazio também nos convida à reflexão. Ele nos lembra que, embora as imagens sejam fundamentais, o verdadeiro sentido do congá está naquilo que ele desperta dentro de nós. Ele não é apenas um espaço decorativo; é o reflexo de nossa fé, do amor que colocamos em cada ritual e da energia que move cada firmeza.


Portanto, um congá vazio nos desafia a ressignificar nossa fé e a perceber que, ao preenchê-lo com imagens, velas, oferendas e energias, estamos também preenchendo nossa própria alma. Um terreiro sem congá é um terreiro sem vida, mas o ato de construir e cuidar desse espaço sagrado é, na verdade, a própria construção e cuidado de nossa espiritualidade. Afinal, o congá é o coração do terreiro, e o coração, seja de pedra, madeira ou de nossa carne, só pulsa verdadeiramente quando está cheio de amor e devoção.


Texto: Flávio Santana

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